Cineastas debatem produção exibida no Aruanda e destacam crescente mercado paraibano
Tue, 11/Dec/2018
O penúltimo dia dos “Diálogos Audiovisuais Aruanda-Energisa” contou com a participação de três cineastas com filmes na mostra competitiva do 13º Fest Aruanda do Audiovisual Brasileiro: João Roberto Cintra (Edney), Ricardo Sá (Divina Luz) e Diego Freitas (Distúrbio). A mediação ficou por conta do curador e diretor artístico do Festival, Amilton Pinheiro.
João Roberto Cintra destacou que essas reflexões permitem observar o filme sob vários pontos de vista. “Alguma coisa que eu fiz no meu filme e não enxergava e eu acabo me apropriando de outras visões. São nesses espaços de conversa que a gente consegue estabelecer esses diálogos”, constatou. “Edney”, filme dirigido por João Roberto Cintra, já participou de outros 13 festivais, e ele se mostrou surpreso com a qualidade da produção presente no Fest Aruanda, especialmente as paraibanas. “É um cinema que não dispõe de tantos recursos ainda, mas que é muito expressivo esteticamente e com uma grande vontade de todo mundo fazer. Isso me impressionou bastante e o festival só tende a crescer”, disse.
Diego Freitas atuou na montagem do “Distúrbio”, dirigido por Cláudia Pinheiro. Para ele, a discussão das obras cinematográficas é um dos momentos mais importantes e fundamentais do festival. “A obra de arte precisa ser vista e o debate promove esse complemento de olhar do realizador e a troca experiência com o público”. “Distúrbio” já está em carreira de festivais nacionais e internacionais, como o de Caruaru (PE) e o de Los Angeles. Ainda de acordo com Diego Freitas, o Fest Aruanda está se firmando como um dos festivais mais importantes do Brasil. “A experiência desse ano está melhor que a do ano passado e acho que a do ano que vem vai ser melhor ainda. O cinema paraibano está em ascendência”, afirmou.
Ricardo Sá, com “Divina Luz”, já participou de outros 30 festivais e está encerrando a carreira de competições no Fest Aruanda. Essa foi a primeira experiência do diretor no festival. “O Aruanda leva esse nome muito significativo, muito interessante, remete a um cinema-referência. É importante esse espaço de demarcação de território no cinema aqui no Nordeste, aqui em João Pessoa. Pra mim está sendo uma descoberta”, ressaltou.
Mesa musical- A segunda mesa reuniu o diretor Pedro Serrano e do produtor Cao Quintas, do documentário “Adoniran – Meu Nome é João Rubinato”, e da atriz Suzy Lopes, que integra o elenco do longa “Sol Alegria”, dirigido por Tavinho Teixeira e Mariah Teixeira – pai e filha. O diálogo foi conduzido pela pesquisadora e jornalista Maria do Rosário Caetano. “Sol Alegria” integra a mostra “Sob o Sol Nordestino” e traz no elenco nomes de peso da cena artística nacional, como Ney Matogrosso, e locais projetados nacionalmente, como Everaldo Pontes. Suzy Lopes falou sobre essa diversidade do elenco. “Essa relação foi maravilhosa. Os artistas nacionais convidados são artistas de muita magnitude. A Paraíba teve muito avanço no audiovisual esse ano; tiveram mais produções, mas não é só a quantidade, mas a qualidade”, destacou.
Mantando a característica musical do festival, o primeiro documentário produzido sobre o cantor, compositor e ator brasileiro Adoniran Barbosa, também faz parte da mostra competitiva. Pedro Serrano destacou a importância do cinema para o resgate da memória. “Hoje em dia, com acesso a esses recursos audiovisuais, a pessoa pode conhecer a história de um personagem como Adoniram Barbosa, sem precisar ler uma biografia dele. O documentário proporciona isso", comentou o diretor.
O Festival – Até o dia amanhã (12), o 13º Fest Aruanda do Audiovisual Brasileiro conta com uma programação diversificada, com debates, oficinas e exibições de mais de 30 filmes, todos gratuitos. O evento tem patrocínio master do grupo Energisa, co-patrocínio do Armazém Paraíba e apoios da UFPB e da CGU. O site completo é www.festaruanda.com.br e no perfil do Instagram @festaruanda